Estresse e o Cortisol: qual a relação?

O estresse é um estado psicológico alterado e desagradável decorrente de um conflito emocional, caracterizando-se por induzir irritabilidade, distúrbio de sono e de apetite, dificuldade em se concentrar e preocupação exagerada com a relação a situações triviais (ansiedade).

O resultado desses sintomas é produto de alterações bioquímicas, provocadas pelo estresse. E o tema da postagem de hoje é correlacionar uma importante alteração bioquímica (níveis de cortisol) com o estresse.

O cortisol é também chamado “hormônio do estresse”, pois o papel do cortisol é essencial na regulação do comportamento social. Quando em uma situação de estresse, as glândulas adrenais passam a produzir os hormônios do estresse (cortisol, adrenalina e noradrenalina), e o resultado no organismo é o seguinte:
– a frequência cardíaca aumenta
– as pupilas se dilatam
– a sudorese aumenta
– a glicemia aumenta
– as atividades do trato gastrintestinal diminuem
– o baço é contraído (de forma a expulsar mais hemácias, aumentando a oferta de oxigênio aos tecidos)
– as atividades do sistema imunológico diminuem (diz-se que o organismo entra em estado de imunosupressão)

Ou seja, preparam o organismo para uma situação de luta ou fuga, que é a ativação do sistema nervoso autônomo simpático.

Há uma forte ligação entre o sistema imunológico e o endocrinológico. Quando há algum evento estressor que altera a homeostase do organismo, respostas fisiológicas e comportamentais são ativadas e a atividade do sistema imunitário é regulada. A sequência de eventos é a seguinte:
1. Evento estressante
2. Células dos núcleos paraventriculares do hipotálamo secretam o hormônio CRH (hormônio liberador de corticotropinas).
3. O CRH aumenta a atividade do ACTH
4. O ACTH age nas adrenais (como expliquei na postagem anterior) e faz o córtex das adrenais liberar cortisol
5. Os níveis de cortisol aumentam drasticamente no sangue

Dessa forma, o cortisol efetua sua ação de forma também drástica, o que imunossuprime o organismo. Essa imunossupressão decorre do fato de que a ativação do cortisol diminui as concentrações, no sangue, de vários leucócitos (macrófagos, eosinófilos, linfócitos T). Os efeitos patogênicos do cortisol incluem problemas no metabolismo, crescimento e regeneração celular, dessa forma os indivíduos que estão submetidos a um grande estresse frequentemente, acabam sofrendo os efeitos crônicos dessas alterações promovidas pelo cortisol, assim eles contraem doenças de forma muito mais fácil do que indivíduos mais calmos.
Referências Bibliográficas:
http://www.newslab.com.br/newslab/revista_digital/101/artigo-3.pdf
http://www.newslab.com.br/newslab/revista_digital/111/artigo-1.pdf
http://www.dbm.ufpb.br/~marques/Artigos/Estresse.pdf

Por: Matheus Sampaio Tavares

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