Efeitos adversos do cortisol

Vimos que o cortisol tem importantes funções antiinflamatória, imunossupressora e ativadora do centro cognitivo. E também vimos que ele é um relevante mecanismo de adaptação ao stress pois disponibiliza maior quantidade de glicose para o cérebro.

No entanto, a persistência de altos níveis de cortisol no organismo pode resultar em grandes prejuízos para o correto funcionamento da fisiologia. Nessa postagem, será abordada os principais efeitos adversos de altos níveis de cortisol.
Há, resumidamente, três situações que contribuem para manter os níveis de cortisol altos:
-O stress continuado
-Atividade física excessiva
-O uso de cortisol como medicamento
-Disfunção das glândulas adrenais
Os dois últimos tópicos serão melhor abordados em postagens posteriores.

O stress crônico
Vimos que a liberação de cortisol durante períodos de stress é uma adaptação importante do organismo. No entanto, quando o stress passa a ser cotidiano, os níveis de cortisol no organismo ficam constantemente altos, o que deixa de ser um benefício.
Esses altos níveis de cortisol irão provocar como principais alterações indesejáveis:

1) Efeito diabetogênico
Vimos que o cortisol promove o aumento da glicemia através da estimulação da gliconeogênese hepática e indução de resistência à captação de glicose nos tecidos periféricos.
No entanto, os altos níveis de glicose podem danificar as proteínas que realizam o tranporte da glicose do meio extra para o meio intracelular, que são as proteínas GLUT4. Se as proteínas GLUT4 se danificarem, o tecido passa a apresentar uma resistência real à captação de glicose. Esse efeito se assemelha à diabetes tipo 2; sendo, portanto, conhecido como efeito diabetogênico.

Figura representando as proteínas GLUT4 (em verde) tranportando glicose do meio extra para o meio intracelular.

2) Aumento da pressão sanguínea
Esse efeito também é resultado do aumento da glicemia. A pressão sanguínea irá aumentar porque haverá uma maior retenção de líquidos no plasma sanguíneo. Isso ocorre devido ao gradiente de concentração: o plasma sanguíneo está mais concentrado.

 

Figura representando a migração de líquido para a região mais concentrada.
retirada de http://bbb-blog-biologico-brasil.blogspot.com.br/2009/09/transportes-de-membranas.html

3) Diminuição da massa muscular
A diminuição da massa muscular ocorre devido à ação proteolítica do cortisol para fonecer aminoácidos que serão destinados à gliconeogênese. Esse fato provoca enfraquecimento dos músculos.

4) Aumento de reservas lipídicas
Como o sistema nervoso central não consegue distinguir as situações de stress, eventos como responder uma prova são interpretados como eventos de fuga, por exemplo. Dessa forma, estando o organismo em uma circunstância de stress, será estimulada a economia de energia através da formação de reservas lipídicas. Portanto, o stress crônico pode provocar o ganho de peso.

5) Aumento da vulnerabilidade às infecções
Vimos que o cortisol possui ação imunossupressora. Se essa ação for constante, as desefas do organismo contra a contaminação por agentes patógenos será fragilizada. Dessa forma, a propabilidade de infecção será aumentada.
Um exemplo desse fato, é a Herpes labial, a qual se encontra mais evidente quando o organismo se encontra em estados de stress.

A atividade física excessiva
Vale a pena comentar que o stress pode ter origem psicológica e física.
A atividade física intensa é um tipo de stress pois causa lesão tecidual e alterações na intensidade metabólica. Sendo um tipo de stress, essa atividade física intensa irá desencadear a liberação de cortisol. Portanto, deve-se possuir cautela na prática física, pois sendo esta excessiva, efeitos como perda de massa muscular e aumento de reservas lipídicas podem ocorrer.

Por: Milena Adolfo Chaves

Referências bibliográficas:
http://clinicadue2.blogspot.com.br/2011/09/stress-ele-aumenta-o-cortisol-e-engorda.html%5Dhttp://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1365-2362.2008.02067.x/abstract
http://listamedicos.com/cortisona-na-quantidade-certa/

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